Nas asas quase rápidas
vêem crescer as cores primárias
secundadas pelo aroma
das pequenas margaridas.
Logo o ar se enche de pólen
e as flores de água do orvalho.
Com uma volúpia elegante
voam então de festa em festa
já vaidosas borboletas
e o mundo é todo delas.
Apenas uns dias depois
ao anoitecer
quando, mais uma vez
se olham ao espelho
para irem a mais festas,
inesperadamente,
enlouquecidas pela própria beleza,
tão grande é
e breve,
projectam-se contra o vidro,
que as fere,
ou contra a luz mais próxima,
que as queima e cega.
E as sedas rompem-se, quebradas.
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